Empreendedor fatura R$ 50 mil por mês com clube de churrasco
Publicada em 31/10/15 03:43
O gaúcho Cristiano Mendes decidiu apostar em um clube de assinaturas de carnes nobres que atende as regiões de Porto Alegre, São Paulo e Brasília
O churrasco é uma das maiores tradições da cultura gaúcha. E para o porto alegrense Cristiano Mendes, de 33 anos, a paixão de família se tornou uma oportunidade de negócio. Depois de abrir em 2014, na sua cidade natal, o Empório do Pampa, uma boutique de carnes, Mendes agora aposta em um novo negócio: o Clube do BBQ, um serviço de assinatura de carnes nobres que faturou R$ 100 mil em apenas dois meses de funcionamento.
Antes de empreender no ramo alimentício, Cristiano Mendes havia aberto uma agência de marketing digital em 2002 – vendida dois anos depois de sua criação. Depois de trabalhar em outros empreendimentos, Mendes foi contratado pela Go Daddy, empresa que registra domínios e hospeda sites, em março de 2014.
“O legal é que a empresa incentiva seus funcionários a empreender”, diz. Hoje, ele concilia as duas atividades.
Seu interesse no negócio surgiu depois de, sem querer, acompanhar um encontro de pecuaristas. “Fiquei encantado pelo cuidado tomado e investimento feito por aqueles produtores. Eram carnes de altíssimo nível. Mas percebi que as pessoas não sabiam diferenciar um produto top de linha de outro comum.” Animado em contar essas histórias e justificar os altos valores, Mendes decidiu abrir com seu irmão Everton Mendes, 39, uma boutique de carnes, a Empório Pampa. “Por ser gaúcho, eu sempre fui um apaixonado por churrasco. A ideia da loja era explicar o porquê do cliente chegar na gôndola e comprar um produto que é mais caro que o outro.”
Extensão
Com o sucesso local da loja, o empreendedor decidiu que estava na hora de crescer. Pensando em uma forma de “evoluir”, Mendes decidiu investir em um clube de assinaturas, com o propósito de transformar as pessoas apaixonadas por carnes em “churrasqueiros gourmet”.
O investimento inicial para tirar o projeto do papel foi de R$ 300 mil. “Desenvolvemos uma plataforma, criamos uma embalagem própria que deixa a carne congelada por 36 horas e gastamos muito com logística, afinal não é um produto que podemos enviar pelo correio”, diz.
Para atender Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, São Paulo, Grande São Paulo e Brasília, o empreendedor criou pontos de apoio nas cidades. “Eles fazem a entrega do produto na casa do cliente. O diferencial do clube é a personalização da experiência.”
Com a intenção de dar ao seu participante um “tour pelo planeta”, carnes de diferentes países fazem parte do portfólio. “Temos Angus uruguaio e argentino; carnes da Austrália, bifes típicos do Texas e muitas outras”, afirma Mendes.
Para estocar os alimentos, o empreendedor afirma que o procedimento é mais simples do que o utilizado em seu empório. “Como eu sei o quanto e o que preciso, consigo pedir para os meus fornecedores a quantidade exata. Na loja preciso comprar para vender, no clube eu só peço o que já está vendido.”
Por enquanto, a assinatura inicial custa R$ 99 mensais, com direito a 1,5 kg de carne - uma porção para duas pessoas. Além dessa opção, o clube também oferece dois outros planos: BBQ Bear (R$ 165, com uma cerveja artesanal acompanhando a carne) e BBQ Wine (R$ 195, e uma garrafa de vinho). “Trabalhamos com esses parceiros porque são bebidas que podem harmonizar muito bem com uma boa carne”, diz.
Resposta
Mesmo com dois meses de funcionamento, o Clube do BBQ recebeu uma resposta positiva e acima das expectativas. Já são 480 assinantes nesse início de empresa (a projeção era de atingir os 100 no primeiro bimestre) e um faturamento de R$ 50 mil mensais. “Se pensarmos que ainda não investimos em peso no marketing, é realmente muito acima. Mas estamos conscientes de que uma empresa vive a curva de crescimento no seu início.”
A projeção é de triplicar o faturamento mensal até julho de 2016. “O envolvimento foi muito grande. A meta agora é chegar a outras cidades. Queremos estar presentes no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte logo. Mas depende da demanda. Se os clientes pedirem, a gente vai escutar.”
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