Publicada em 08/11/15 12:15
PEGN – Por Renan A. Julio
Para o empreendedor Diego Gomes Martins, “não basta ganhar dinheiro, o seu negócio também tem que trabalhar com uma causa”. O jovem de 29 anos é fundador da Coletiva – Ideias Para o Futuro, empresa que deve faturar R$ 8 milhões em 2015 com publicidade em depósitos de lixo.
Além da publicidade, todo o lixo jogado é de posse da Coletiva – produto que é repassado para as cooperativas de catadores parceiras venderem. O dinheiro arrecadado fica com os próprios catadores. Segundo Gomes, as cooperativas já faturaram neste ano cerca de R$ 200 mil.
História
A relação de Diego Gomes com a sustentabilidade começou quando ainda era funcionário do antigo Banco ABN, em 1999. “Um diretor trouxe o conceito mostrando que para uma empresa ser sustentável não há a necessidade de se tornar uma ONG”, diz Gomes.
Depois de sair do banco e trabalhar em outros negócios, Gomes ficou com a ideia de sustentabilidade na cabeça. Quando retornou de um período em Londres, em 2011, decidiu que abrir a Coletiva – Ideias Para o Futuro. Seu objetivo era realizar consultorias para empresas, criando iniciativas sustentáveis.
Uma das propostas do empreendedor – formado em publicidade – era ampliar o valor das marcas. Nos primeiros anos, o negócio foi “crescendo naturalmente”, afirma Gomes.
Ao longo do tempo, a empresa também começou a realizar ações corporativas de marketing, o que inspirou Gomes a dar um passo que mudaria a história da sua empresa.
Fluxos de pessoas
Foi em 2014 que a Coletiva decidiu apostar em um nicho completamente diferente: publicidade nos recipientes de lixo em aeroportos. “Pelo fato da marca estar ‘ligada’ ao lixo, no começo foi difícil encontrar clientes. Mas o aeroporto é um local com grande fluxo de pessoas. Foram percebendo que é um ponto com potencial para publicidade”, diz.
Para desenvolver o mobiliário de lixos personalizados e tirar o novo projeto do papel, a empresa investiu cerca de R$ 5 milhões. Em menos de um ano de atuação, são 989 pontos em todo o Brasil – divididos entre os dez principais aeroportos do país.
Neste período a Coletiva já realizou ações com clientes como Gol, Bradesco, TOTVS e Hyundai. Segundo Gomes, as campanhas podem custar de R$ 30 mil até R$ 3 milhões. “Depende muito do serviço, da presença nos aeroportos. Mostramos onde os mobiliários podem ser mais efetivos e calculamos o valor”, diz.
A projeção de faturamento deste ano é de R$ 8 milhões. “Crescemos muito com a nossa entrada nos aeroportos. Mas queremos mais. Queremos trabalhar em outros pontos com grande número de pessoas, como shoppings.”
Cooperando
Além da resposta financeira, Gomes também se orgulha da parceria realizada com as cooperativas de catadores. “Temos 15 parceiros que trabalham de forma séria e legalizada. Isso é básico para a nossa empresa.”
A única cobrança da empresa com as cooperativas que recebem o lixo (cerca de 250 toneladas neste ano) é a dos dados. “Queremos saber tudo. Quanto foi reciclado e para quem foi vendido. Essas informações são muito úteis para os nossos clientes. Faz toda a diferença para o nosso trabalho”, afirma.
*Conteúdo publicado originalmente por PEGN – Editado por Franchisingbook