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Vendedor porta a porta vira dono de empresa de telefonia aos 30 anos

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Robson Costa nunca foi à faculdade e fatura, em média, R$ 400 mil por mês

Por Adriano Lira – 27/04/2015

A história do paulistano Robson Costa mostra que é possível acreditar em um grande futuro, por mais que as circunstâncias não sejam das mais favoráveis. Desde os 17 anos, quando começou a trabalhar, Costa atuou no mercado de telefonia. Só que começou bem de baixo. Ao escolher empreender, obteve sucesso. Hoje, aos 30 anos, comanda a Encanto Telecom, que fatura, em média, R$ 380 mil por mês.

O primeiro emprego de Costa foi como vendedor de uma representante autorizada da Telefonica. Ele saía vendendo linhas telefônicas, planos de internet e outros produtos da empresa. Naquela época, descobriu que tinha talento para as vendas. “Em três meses, saí da posição de vendedor e virei coordenador de uma equipe de 10 pessoas”, afirma. Só houve um problema: seu empregador não estava pagando os salários direito.

No ano seguinte, 2003, foi para outra empresa, também representante da Telefonica. Lá, aos 18 anos, foi o responsável por negociar e fechar uma parceria com a Vivo. Com o contrato assinado, a empresa em que Costa trabalhava começou a vender produtos e serviços da operadora. “O mercado de telefonia móvel começou a se popularizar naquela época e entendi que era importante que nós nos posicionássemos. O problema é que o trabalho aumentou e a gerência não aumentou o salário das pessoas. Com isso, fiquei sem clima e decidi pedir demissão.”

Depois disso, decidiu empreender. Em maio de 2004, pegou o dinheiro recebido na saída do antigo emprego e alugou uma salinha comercial no centro. Nascia ali a Livre Telecom. A intenção de Costa era vender planos telefônicos, combinando o que era oferecido por operadoras fixas e móveis para empreendedores. No entanto, três meses depois, conheceu a tecnologia VoIP, que permite que ligações telefônicas sejam feitas pela internet e fiquem mais baratas. Ele percebeu o potencial desse nicho e decidiu transformar a venda de planos VoIP no foco da Livre.

Foi aí que, ironia do destino, Costa recorreu às vendas porta a porta. Começou a fechar acordos com lojistas da rua 25 de Março, conhecida em São Paulo pelo comércio popular que acomoda. Ajudado pelo boca a boca, foi aumentando sua carteira de clientes. Posteriormente, forneceu a tecnologia a empreendedores de outras regiões.

Seis anos depois, a Embratel lançava uma linha de telefone fixo compactada em um aparelho celular. O nome do produto? Livre. “Muita gente começou a confundir nossa empresa com o serviço. Pelo tamanho da Embratel, entendi que não valia a pena manter o nome da empresa”, afirma Costa. Segundo ele, ao pensar em um novo nome, decidiu usar o que sua empresa tinha de melhor: o atendimento ao cliente. “Queríamos proporcionar uma experiência encantadora a todos. Foi daí que veio o nome Encanto Telecom.”

Há mais ou menos quatro anos, quando as operadoras de telefonia começaram a diminuir suas tarifas, Costa entendeu que o foco na tecnologia VoIP poderia levá-lo ao fracasso. Por isso, direcionou a atenção da empresa às linhas de PABX, sistema de ramais internos usado comumente em empresas. O diferencial da Encanto foi focar no PABX com Asterisk, software livre que inclui recursos como gravações e pesquisas de satisfação na rede de telefones. Mais recentemente, a Encanto entrou no setor de monitoramento de ambientes com câmeras.

Hoje, a empresa tem 28 funcionários, 400 clientes e um faturamento médio mensal de R$ 380 mil. Tudo isso foi conquistado sem que Costa jamais tivesse terminado a faculdade. A ausência de um diploma, entretanto, não indica que o paulista não valoriza os estudos. “Minha grande escola foi a empresa e uma série de cursos que fiz para me aperfeiçoar”, afirma.

Além dos cursos, Costa considera que o cuidado em manter seus funcionários satisfeitos foi essencial para seu sucesso. “Sem uma equipe engajada, eu com certeza não teria conquistado tudo isso. Tenho o cuidado de oferecer benefícios e treinamentos e manter a equipe engajada. Vale a pena investir nas pessoas.”

Guia do empreendedor criativo

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