Perfil das Microfranquias Brasileiras – Estudo 2016

Pesquisa revela, entre outros dados, que cerca de 1/3 das redes que não possuem o modelo de negócio pretendem adotá-lo e que entre os franqueados predominam os jovens e com ensino superior.

Fonte: ABF – Associação Brasileira de Franchising – Editado por Franchisingbook

Em 2016, de acordo com o estudo, operavam no País 557 marcas com unidades de microfranquia, seja de forma exclusiva ou de forma paralela ao modelo tradicional. Deste universo, 79,8% atuam exclusivamente com microfranquias e 20,2% operam com ambos os formatos: tradicional e microfranquia. Dentre as redes que ainda não operam com o modelo cujo investimento inicial é de até R$ 80 mil, 36% declararam pretender desenvolvê-lo nos próximos anos. Já dentre as franqueadoras que operam negócios nos dois formatos, 42% das unidades são microfranquias.

O presidente da ABF para o biênio 2017-2018, Altino Cristofoletti Junior, afirma que “embora mais recentes, entendemos que as microfranquias vêm amadurecendo e aprofundando sua presença e atuação no Brasil. Muitos players atuam ou pretendem atuar neste formato, que tem tido um papel importante para facilitar o acesso de muitos empreendedores ao sistema de franchising, de um lado, e propiciar o alcance das marcas a novas regiões e consumidores, de outro. De qualquer forma, é importante ressaltar que a essência do franchising, da relação franqueador-franqueado, é a mesma dos demais formatos, assim como as obrigações e os deveres, regulamentados pela Lei do Franchising”, completa.

De acordo com o diretor de inteligência de mercado da entidade, Claudio Tieghi, “os modelos de investimento mais baixos são importantes para a adaptação das redes às sazonalidades, oscilações e oportunidades do mercado. Afinal, modelos de microfranquia implicam em racionalizações e reduções de custos que contribuem com a eficiência das redes no geral”. O diretor afirma ainda que, “ao facilitar o acesso, as microfranquias são um importante incentivador e facilitador da profissionalização e da formalização de pequenos comércios e prestadores de serviços”.

O estudo indica que 31% das redes exclusivamente de microfranquias possuem acima de 100 unidades e 25% têm menos de dez. “Esse dado revela a consistência do modelo e o crescente número de novas franqueadoras nesse formato”, explica Tieghi. Confira mais informações no gráfico:

Microfranquias

A pesquisa da ABF registra que enquanto nas redes com ambos os formatos 29% das unidades de franquias demandam em média de 12 a 18 meses para obter o retorno do investimento, o índice sobe para 41% nas operações de microfranquias dessas marcas. Comparativamente, 39% das redes exclusivamente de microfranquias dão retorno no mesmo prazo e 33% delas, de 6 a 12 meses apenas. “Com um investimento mais baixo, é natural que o retorno seja mais rápido também, o que é ratificado pela pesquisa. Logo, o investidor deve calibrar bem suas expectativas de rentabilidade”, explica o diretor da ABF.

Em relação ao Pro Labore, a pesquisa revela que a média entre as redes com ambos os formatos é de R$ 3.611 mensais e nas franqueadoras exclusivas de microfranquias, este valor sobe para R$ 3.819 ao mês. Alguns franqueados, no entanto, (20% nas redes com os dois modelos e 25% nas microfranquias apenas), chegam a ter um Pro Labore acima de R$ 5 mil. Esses valores não incluem o lucro das operações.

Quanto à localização das unidades, há um predomínio das operações de rua, tanto de redes mistas (55,8%) quanto unicamente de microfranquias (64,2%), revela o estudo. Vale ressaltar que no item “Outros”, onde se localizam 21% das unidades das redes com ambos os modelos de negócios, estão enquadrados franqueados sem local definido (como aqueles que prestam serviços a domicílio) e online, por exemplo. As unidades “home office” representam 17,9% das redes mistas e 29,7% daquelas que operam exclusivamente com microfranquias.

“De fato, o estudo mostra que as microfranquias alavancaram o modelo de ‘home office’ no Brasil, que se mostrou uma alternativa viável para o profissional operar o seu negócio”, afirma Claudio Tieghi.

No que diz respeito à distribuição das unidades de microfranquias por municípios, as cidades médias, de 100.001 a 300 mil habitantes, são a preferência das redes em geral. Os municípios menores, com 50.001 a 100.000, estão em 2º lugar entre as marcas que adotam ambos os modelos de negócios. Já entre as redes de microfranquias apenas, as grandes cidades (acima de 500 mil habitantes) ficam em 2º lugar. “As classificações abaixo mostram bem as diferentes estratégias. Enquanto para as redes com os dois modelos as microfranquias auxiliam na expansão fora das capitais, para as redes exclusivamente de microfranquias as capitais são prioridade para fortalecer a marca, abrindo caminho para horizontes ainda maiores no futuro”, explica Tieghi.

Outros importantes dados revelados pela pesquisa são o perfil jovem (de 26 a 35 anos) e a escolaridade do empreendedor de microfranquias. “A faixa etária jovem desse franqueado nos indica que há um foco das franqueadoras na geração Y ou nos chamados ‘millennials’, que vêm se mostrando mais avessos a modelos de trabalho tradicionais e veem nas microfranquias uma alternativa atraente”, afirma Altino Cristofoletti Junior.

Entre as redes em geral é predominante o franqueado com ensino superior. Já entre as marcas que operam exclusivamente com microfranquias, os franqueados com mestrado e doutorado estão em 3º lugar, posição em que as redes com ambos os formatos têm franqueados com ensino médio.

2017: novo parâmetro de microfranquias

Com base nos dados de PIB per capita e na variação cambial, a ABF anuncia que, a partir de janeiro de 2017, passa a classificar como microfranquia marcas ou modelos de negócio cujo investimento inicial é de até R$ 90 mil (o valor referência até dezembro de 2016 era de até R$ 80 mil).

Metodologia

A pesquisa sobre o Perfil das Microfranquias Brasileiras foi realizada por amostragem, em 2016, com 412 redes em um universo de 3.151 empresas franqueadoras associadas e não associadas à ABF.

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